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30 de novembro de 2008

ASANAS E AYURVEDA


  • ASANAS COMO ARQUITETURA PRÂNICA DINÂMICA
  • INFLUENCIA DOS ASANAS NOS DOSHAS
  • RESPIRAÇÃO DURANTE A PRATICA DE ASANAS CONFORME O DOSHA
  • FOCO MENTAL DURANTE O ÁSANA
  • ETAPAS DA PRATICA – EQUILÍBRIO DOS DOSHAS

ASANAS COMO ARQUITETURA PRÂNICA DINÂMICA

O ásana não é apenas uma postura física. Aliado ao foco mental e a respiração, o ásana estabelece um novo equilíbrio dinâmico da energia vital no corpo, uma arquitetura específica de redistribuição do prana. Este estado energético é dinâmico e, para uma mesma postura, assume formatos distintos, sendo afetado profundamente pelos seguintes fatores:

· Forma de respirar: com ênfase na inspiração ou na exalação, ritmo lento ou rápido, etc.

· Foco mental. Corresponde a atividade da mente durante a permanência na pose, como aos estados de calma com consciência na respiração ou entusiasmo com foco na sensação de expansão de energia pelo corpo.

· Intensidade da prática (energia empregada na postura e tempo de permanência).

· A posição do ásana na seqüência das posturas que compõe a prática, se na etapa inicial ou final.

A forma de usar estes fatores, altera o efeito dos asanas sobre o corpo e a mente e é tão importante quanto o esmero na execução da postura. Os dois primeiros fatores atuam em conjunto constituindo o “impulso prânico” do asana.

Na Ayuveda estes fatores são arranjados em formas diferentes, com o objetivo de direcionar a prática para equilibrar os doshas Vata, Pitta e Kapha. No tópicos seguintes, você encontrara orientações específicas sobre como trabalhar estes fatores em cada tipo de prática, com objetivo de reduzir Vata ou Pitta ou Kapha.

INFLUÊNCIA DOS ÁSANAS NOS DOSHAS

De acordo com David Frawley, renomado autor de obras de Yoga e Ayurveda, a maioria dos professores de Yoga, mesmo na Índia, se concentram rotineiramente nos efeitos psicofísicos das atividades do Yoga (principalmente ásana e pranayama) e não consideram devidamente suas implicações ayurvédicas no que se refere a influencia sobre os doshas.

Cada ásana afeta determinado dosha da mesma forma que o fazem as emoções, os alimentos, as ervas, etc. Assim os ásanas podem ser classificados conforme seu efeito sobre os doshas, o que é denominado resultante ayurvédica do ásana. Isto não quer dizer que exista contra indicações absolutas para cada ásana.

Utilizaremos a família de ásanas de retroflexão como exemplo para demonstrar este conceito. Estas posturas aumentam o dosha Vata, são estimuladoras do sistema nervoso. Porem isto não significa que as pessoas de constituição Vata, que por natureza tendem a hiperatividade física e mental, não devam fazer retroflexão com temor de aumentar o dosha e agravar vata desequilibrando a estrutura corpo-mente. Basta que executem a postura:

§ de forma suave;

§ com pequena permanência;

§ e foco na inspiração calma e profunda.

Desta forma, para uma pessoa de determinada constituição Ayurvédica, o efeito indesejável de uma postura é atenuado, sem perder-se outros benéficos da pose.

A forma de respirar na postura é o fator mais importante ao se considerar a resultante ayurvédica do ásana. As posturas sentadas, por exemplo , que por natureza são redutoras do dosha Vata e Pitta, pois acalmam e esfriam o corpo, tem efeito alterado quando são realizadas com uma respiração rápida e enérgica como Bhastrika (respiração do fole). Esta respiração sobre-excita a mente e aumenta o calor do corpo (Agni).

Conclusões importantes:

§ Você pode fazer uma prática de ásanas em grupo mas direcionando-a de forma específica a equilibrar seus doshas.

§ Há que se considerar não somente a sua constituição Ayurvédica natural (Prakriti), mas principalmente a condição dos doshas no momento (Vrikriti). Quando há equilíbrio energético Prakriti = Vrikriti. Por exemplo, você pode ter uma constituição Pitta (Prakriti), mas no momento estar com o dosha Vata agravado (Vrikriti) , o que conduz a necessidade de uma prática redutora de Vata.

A forma de seqüenciar as posturas é outro fator relevante para a resultante Ayuvédica do asana. Por exemplo, uma postura muscular como Virabhadrasana, executada no final da prática eleva o dosha Pitta mais intensamente do que se realizada no início da mesma.

Conhecendo o seu perfil ayurvédico você poderá tirar benefícios adequados ao seu biotipo na prática dos ásanas.

RESPIRAÇÃO DURANTE A PRATICA DE ÁSANAS CONFORME O DOSHA

As orientações abaixo se destinam à redução do Dosha durante a prática de Asanas. Assim, por exemplo uma pessoa de constituição Vata-Pitta deve optar pela forma de respirar descrita no título VATA. Porem se estiver com agravamento de Pitta, o que pode não ser raro, deverá optar pela forma descrita em Pitta.

VATA

Durante a prática de ásanas a respiração deve ser profunda, calma, com ênfase na inspiração, para aumentar a energia. Ujayi (respiração sussurrante) é eficaz para focar a mente hiperativa de Vata que tem dificuldade de concentração durante a prática, e para aquecer o corpo, principalmente nos dias frios.

PITTA

Durante a prática de ásanas fazer respiração intercostal, com contração permanente do baixo ventre (bandha) e com ênfase na exalação longa, suave e calma. Nas práticas durante o verão, fazer exalação pela boca, durante algum tempo da prática, quando se sentir muito encalorado, o que ajuda a reduzir Pitta..

KAPHA

Durante a prática de ásanas a respiração deve ser profunda, mas rápida com ênfase na inspiração, para aumentar a energia. Ujayi (respiração sussurrante) feita com alta energia reduz Kapha. A respiração rápida aumenta a taxa do metabolismo de repouso que Kapha.

FOCO MENTAL DURANTE O ÁSANA

O Asana não é estático.

Após encaixar o corpo na arquitetura da postura , passa-se a fase de permanência mergulhando a mente no dinamismo da pose (movimentos associados à respiração, de alongamento, ou contração, ou relaxamento, conforme a pose).

IMPORTANTE:

§ A prática de ásanas deve ser feita com respiração consciente, ou seja, com a mente comandando a forma de respirar durante todo tempo.

§ O tipo de respiração deve ser de acordo com o dosha. Ver o item RESPIRAÇÃO DURANTE A PRATICA DE ASANAS CONFORME O DOSHA

§ A respiração é que move o corpo no dinamismo da postura.

FOCO MENTAL

VATA – A mente de Vata tem dificuldade de concentração e apressa a execução do máximo esforço. Manter a mente calma e concentrada na respiração. Controlar a tendência de ir apressadamente ao seu limite na pose.

PITTA - Pitta tem a mente crítica com excesso de calor e tensão. Manter a mente relaxada, e evitar a tendência de sempre superar seu limite. Pitta compete consigo próprio!

KAPHA – Kapha tem a mente acomodada, o corpo lento. Manter a mente “inflamada" para realizar a postura no seu limite.

Exemplos.

Nos exemplos de dinamismo da postura descritos a seguir, deve ser associado o foco mental do respectivo Dosha, com a respiração intercostal e contração permanente do baixo ventre:

1. Postura de retroflexão da coluna (por ex. BHUJANGASANA) – a cada inspiração estica-se o corpo sentindo-o plenamente na direção de aumento da flexão. A cada exalação relaxa-se no limite alcançado, com consciência das sensações do corpo. Permanece este dinamismo até atingir-se o limite da pose.

2. Posturas de torção da coluna (por ex. MATSYENDRASANA) – durante cada exalação relaxa-se o corpo, sentindo a contração do ventre em direção a coluna e aumenta-se a torção em busca do limite almejado. Na inspiração sinta o corpo se energizando.

3. Posturas de anteflexão (por ex. PASCHIMOTANASANA) – durante cada exalação relaxa-se e flexiona-se o corpo, na direção do limite desejado, sentindo a contração da energia do ventre em direção a coluna. A cada inspiração expande-se as costelas lateralmente sentindo a energia fluir, sustentando o limite alcançado.

4. Musculares (por ex. CHATURANGA DANDASANA). – durante a inspiração sinta o prana sendo direcionado para o Manipura chakra , na altura do plexo solar. Durante a exalação expanda o prana por todo o corpo e com sensação de que você fica mais fortalecido a cada exalação, e pode sustentar a postura pelo tempo almejado.

5. Invertidas (por ex. SIRSHASANA) – ao inspirar sinta o prana sendo absorvido pelo Agnia chakra, entre as sobrancelhas . Ao exalar expanda o prana em todo crânio.

ETAPAS DA PRÁTICA – EQUILÍBRIO DOS DOSHAS

Uma prática equilibrada de ásanas, deve contar com quatro fases:

· Aquecimento inicial, geralmente com a Saudação ao Sol executada com permanência nas poses;

· Na fase dois empregar posturas de força e de expansão que exigem tônus e atuam como desintoxicantes energéticos das articulações, músculos e órgãos. Esta fase é redutora dos doshas ou desintoxicante . O tempo de permanência nas posturas deve ser estudado de forma a não desequilibrar os doshas Vata e Pitta. Pessoas de constituição Vata ou Pitta, tendem a exceder-se nesta fase pois tem reservas de energia no inicio da prática. Quando o praticante tem constituição kapha, ou esta com desequilíbrio de Kapha, a permanência deve ser maior.

· Para a terceira etapa da prática deve-se escolher as posturas que alongam e relaxam, reduzindo o dosha Vata, que pela sua natureza, na maioria das situações é a primeira causa de desequilíbrio do organismo, e tende a se elevar na fase inicial da prática. Esta segunda fase é nutritiva ou reconstituinte do corpo e da mente .

· O relaxamento em Shavasana é a parte mais importante da prática para equilibrar os doshas Vata e Pitta. Um dos principais objetivos da prática de ásanas é tornar o corpo capaz de relaxar e desfazer os bloqueios energéticos dos músculos e órgãos, fixando no corpo os benefícios das posturas. Esta terceira fase também é nutritiva.

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